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Leishmaniose Visceral
O que é a leishmaniose visceral?
É uma doença infecciosa grave, causada por um protozoário (Leishmania sp), que invade diversos órgãos, provocando severas lesões e podendo levar à morte.
A leishmaniose está presente em mais de 70 países, com cerca de 500.00 novos casos em seres humanos por ano. No Brasil, está presente nas 5 regiões.

Quais animais podem ser acometidos?
Além do homem, a leishmaniose pode acometer cães, gatos e diferentes espécies de animais silvestres.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão ocorre quando o flebótomo (mosquito palha) pica um animal doente e , ao se alimentar, ele se contamina com o parasito. Ao picar outro animal, durante a alimentação, ele acaba inoculando o parasito na corrente sanguínea, transmitindo a doença. Somente as fêmeas do mosquito se alimentam de sangue, portanto, somente elas fazem esta transmissão.

Existem pesquisas voltadas à procura de outros invertebrados como vetores da Leishmaniose Visceral Canina devido à existência de áreas onde a doença é endêmica, porém não há presença do flebótomo. Uma das hipóteses levantadas é a participação do carrapato como vetor, porém a sua competência como vetor e a viabilidade dos parasitas nesses artrópodes ainda não é conhecida.
Outras vias de transmissão já foram determinadas como a transmissão transplacentária e a venérea. Além disso, a transmissão também pode ocorrer através de transfusão de sangue.
Quais os principais sinais e sintomas observados?
Após a transmissão da doença, os animais podem permanecer sem sintomas por meses e até anos. Isso não significa que ele não esteja transmitindo a doença para o vetor. Esta transmissão ocorre, independente dos sinais clínicos.
Os principais sinais são:
- perda de peso
- perda de apetite
- queda de pelo e feridas na pele
- problemas renais
- lesões oculares
- dificuldade de locomoção
- diarréia
- hemorragias
- crescimento exagerado das unhas



Como é feito o diagnóstico?
É feito através de avaliação parasitológica, sorológica ou molecular. Quem vai definir o melhor método é o Médico Veterinário quando suspeitar da doença.
Existe tratamento? E cura?
Sim, atualmente podemos tratar a Leishmaniose Visceral Canina, pois o MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) aprovou o Milteforan, de uso veterinário. Até 2016, os animais diagnosticados tinham que ser eutanasiados, pois o tratamento com medicação humana era proibido por lei.
Porém, apesar de diminuir significativamente a quantidade de parasitas e de o cão deixar de transmitir a doença, a Leishmania permanecerá em seu organismo. Portanto, não há cura!!! Por este motivo, o acompanhamento do animal em tratamento, com a repetição de exames é tão importante.
Como podemos prevenir a Leishmaniose?
Como pudemos ver, trata-se de uma doença complexa e perigosa para animais e humanos. Como não há cura, o tratamento tem um alto custo e deve ser feito por toda a vida do animal, temos que trabalhar com a prevenção. Para isso, devemos agir em todas as frentes do processo, evitando a proliferação do mosquito e impedindo que os animais sejam picados. Então, na prática:
- o mosquito palha não se reproduz em água parada, e sim em lugares úmidos, sombreados e com matéria orgânica (folhas, frutas, raízes e fezes). Portanto, temos que manter o quintal limpo, com árvores podadas, para evitar materiais em decomposição;
- colocar tela de malha fina nas janelas e portas;
- usar produtos repelentes nos cães, para evitar que sejam picados. Há no mercado coleiras com esta função, com duração de 4, 6 ou 8 meses. Estes produtos, além de prevenirem a picada do mosquito, ainda auxiliam no controle de pulgas e carrapatos. É um excelente custo benefício;
- está disponível também uma vacina contra a leishmaniose visceral canina. Ele protege o cão contra a doença e deve ser repetida anualmente.
Portanto, a melhor maneira de evitarmos esta terrível doença é investindo na prevenção. Converse com seu Veterinário de confiança e peça orientações de como proteger seu melhor amigo.